Detalhes

(Focando um auto retrato por sobre a estrada para MG)

Hoje estou pensando detalhes...

toda vez que sinto que minha química interna está passando por alterações, sejam físicas, psíquicas, ou simplesmente de humores, me lembro de meu primeiro professor de pintura em tela, Sr. Alvaro, manjava de tintas, telas e pincéis e entre tantas lições a melhor que ficou foi a dos detalhes: haviam dias que eu chegava para a aula um tanto alterada, ou desanimada pelo excesso de atividades e coisas que sempre me impingia desde a adolescência no sentido de não perder tempo (grande bobagem), mas que me alteravam e nesses dias ele me olhava e dizia:  _capriche nos detalhes. E lá ficava eu olhando abestada para a tela e pensando os detalhes. Quando me percebia havia terminado o trabalho.

Em verdade ele me dava FOCO.

Eu focava e produzia.

O mundo está alterado, por dias desanimado e por vezes desestruturado, acho que o mundo precisa caprichar nos detalhes. Nós seres em humanização, somos os "fazedores" de detalhes.

Mais urgente que nunca estou pondo isso em prática. Hoje estou olhando e pensando os detalhes.

E daqui onde estou olho pela porta da varanda e vejo minha única planta: um bambu mossó, balançar forte suas ramas e folhas, o ar está fresco, a persiana sacode lenta e sincronizadamente, como marcando um passo, na sala diminuida e na tela: "Entre dois amores", com Meryl...maravilhosa...

Analiso o dia, intenso, assombrosamente lotado de detalhes, soube de muitas coisas, compartilhei sonhos, li mensagens, ouvi relatos, tomei café, comi bolo de aimpim, escrevi mensagens de textos e fiz telefonemas, um dia longo com muito mais o que listar, mas não quero delongar.

Os detalhes me deram foco, com isso produzi contato com o mundo e olhando ao redor, percebo que terminei o dia.

Talvez termine de assistir o filme, ainda, mas se o fizer será deitada na minha cama.

Focar faz bem à alma e coloco a África na lista de possíveis viagens!

Do lar para o mundo, Elaine

Transições

(uma foto que me foi presenteada, desconheço a autoria)

Ano novo, eu novo... e a vida então feita de incertezas se torna nova, se RE nova!!

Não espero muito, nem tão pouco, demasiado, apenas que possa seguir firme nas convicções que acredito. O mundo é complexo, as pessoas se mostram invariavelmente perdidas nessas transições, os pontos de equilíbrio estão em poucos, mas nesses poucos é que fazemos nossa ligação, há tanto a compartilhar com esses amigos.

Aos poucos como aqueles jogos gráficos infantis, vamos unindo os pontinhos e com toda tranquilidade do mundo acertamos em cheio o que será realizado.

Não se constrói apenas num estalo, mas também construimos pontes delicadas em todas nossas ações, pontes para o entender dos dias, da alma, da amizade e em alguns momentos de rara conexão com o Divino, pontes para o auto conhecimento, ultimamente tenho tido mais assiduidade nesse sentido, tenho mantido esse canal mais aberto e me parece que a maturidade vai se instalando, o simbólico vai atuando, os sonhos clareando e com isso o peso dos dias se abranda. Para este ano, esta nova pessoa quer ser apenas passante, desse tipo que olha pros lados, que tem tempo, que admira o belo e as coisas boas da vida e daquele tipo que deixa marca suave, que aprende e o principal que coloca em prática e que põe atenção inclusive nesses pontinhos, todo este conhecimento que adquirimos deve transformar-se em sabedoria. As coisas simples da vida nos esperam e na medida que reconheçamos, sejamos sábios. Grande alegria e próspera abundância pra todos nós. Do lar para o mundo, Elaine.