segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Desafios e poderes auto emponderados

Fazendo o trânsito de postagens do antigo blog para este:

Hoje me sinto vitoriosa, por exatos 3 segundo senti melancolia e vontade de voltar pro Brasil, um sentimento quase covarde, uma sensação que há muito não me tocava o sentir, aquela vontade de me deitar no colo amigo e desabar de chorar, de tristeza ...saudades... incompreensão, radicalismo, enfim, tantos sentires... e sem pensar olhei o céu que nos protege, olhei o verde que me acolhe, e a luz, ahhh, a tal luz que tem nesse país! E transformei essa sensação em poder. Um desafio!


E a mudança ocorreu sem nenhuma sombra. Parece que descondicionei a mente ao "vitimismo" ao sofrido que as vezes nos assolam, quando distante de nós mesmos, me senti vitoriosa sobre mim... isso é algo a celebrar. Me gostei mais!


Tive a oportunidade de pela primeira vez dado esse sentimento, me esmerar na leitura de classe de espanhol e me emocionar bravamente  ao ler pela primeira vez este texto:




Las Palabras

de Pablo Neruda

...Todo lo que usted quiera, sí señor, pero son las palabras las que cantan, las que suben y bajan.Me posterno ante ellas... Las amo, las adhiero, las persigo, las muerdo, las derrito... Amo todas las palabras. Las inesperadas... Las que glotonamente se esperan, se escuchan, hasta que de pronto caen...
Vocablos amados. Brillan como piedras de colores, saltan como platinados peces, son espuma, hilo, metal, rocío... Persigo algunas palabras...
Son tan hermosas que las quiero poner en mi poema. Las agarro al vuelo cuando van zumbando, y las atrapo, las limpio, las pelo, me preparo frente al plato, las siento cristalinas, ebúrneas, vegetales, aceitosas, como frutas, como algas, como ágatas, como aceitunas... Y entonces, las revuelvo, las agito, me las bebo, las trituro, las libero, las emperejilo...
Las dejo como estalactitas en mi poema, como pedacitos de madera bruñida, como carbón, como restos de naufragio, regalos de la ola.
Todo está en la palabra. Una idea entera se cambia porque una palabra se trasladó de sitio, o porque otra se colocó dentro de una frase que no la esperaba...
Tienen sombra, transparencia, peso, plumas. Tienen todo lo que se les fue agregando de tanto rodar por el río, de tanto trasmigrar de patria, de tanto ser raíces... Son antiquísimas y recientísimas. Viven en el féretro escondido y en la flor apenas comenzada...
Qué buen idioma el mío, qué buena lengua heredamos de los conquistadores torvos. Estos andaban a zancadas por las tremendas cordilleras, por las Américas encrespadas, buscando patatas, tabaco negro, oro, maíz con un apetito voraz.
Todo se lo tragaban, con religiones, pirámides, tribus, idolatrías... Pero a los conquistadores se les caían de las botas, de las barbas, de los yelmos, como piedrecitas, las palabras luminosas que se quedaron aquí, resplandecientes... el idioma. Salimos perdiendo... salimos ganando. Se llevaron el oro y nos dejaron el oro. Se llevaron mucho y nos dejaron mucho...
Nos dejaron las palabras.

_____________não cabe comentários, me retiro silenciosamente para dar espaço ao Mestre Neruda!


quarta-feira, 15 de abril de 2015

:: Não morre ::




Não morre

Agora não olho mais pela grade de alumínio do portão...
A espera pelas horas encurtarem
Não há mais, a necessária força para mover
O corpo, a mente, a vaidade
Não morre tão fácil um amor
Não te chegaras a mim com o sorriso exposto
Nem com o cabelo molhado e oloroso.
Sentirei a falta do tato, do gosto, da pele tépida
Do cheiro de mar que invadia o suor de nossos dias
Não mais mensagens ocultas nas fronhas
Que alegravam o amanhecer, pois amanhecíamos cedo
para no prolongar das horas despertarmos
dos estados de ausência que nos permitíamos
não morre tão fácil um amor
não esse amor desfrutado e vivo
desses que pra sentir outra vez
é necessário complemento
porque amar assim é genuíno
é posto em chamas
banhado nas águas
respirado na ventania
enterrado na raiz mais profunda
não morre tão fácil um amor
morre a matéria, morre a oportunidade
morre o raro prazer que sangra
mas esse amor que não morre
dilata a alma porque precisa de mais espaço
porque precisa de referência ativa, viva e em movimento
porque amar o amor é como respirar fundo
é sentir a eloqüência do que não foi proferido.


Em especial para quem, foi do mar, meu maior tradutor!
Elaine
 
Direitos Autorais Reservados®

:: Arte de acalentar ::

 


A arte de acalentar

Circular é a alma em busca de teto
Sentidos soltos, ora armados
Vagam em sua materialidade circunstante

Nos ocos lunares refletem atomicamente
A possibilidade, de compostos, em ser
Serem!

Agregamos moléculas e nano matéria
Aspiramos saber pelas informações etéreas
Construímos uma ideia única

Atrevidos chispamos, impulsionamos ambicionados
Contemplamos do firmamento a força
Nossa vinda em existência, um novo mundo

Ninando nossa vontade,
Tecendo em teias a vinda
À terra, acalentados e em comunhão

E em alegria manifesta, rendemos
aos olhos do Pai, lágrimas puras
uma trajetória para novos sonhos.

Acalentemos a nova vida, nascidos!

Elaine
Direitos Autorais Reservados®

terça-feira, 14 de abril de 2015

:: O canto, do além ::




 O canto, do Além

Triste sina é o começo do fim
na frisa entre mundos
canto espaçado em névoa
eles, encravados, não prisioneiros
passageiros à espera
de talvez, pela última vez que
a chama da vela seja acesa
à janela dos dias e
que não mais em vão,
vibrados – sejam seus nomes.
Como único elo de ligação,
o término, o fim, a impermanência
enquanto gritamos suas letras
em um silencio gutural
feito amor na vida, em despedida,
nesse paralelo mundo,
pelo distanciar da alma
eles ali se tornam presentes.
Até que um dia, ao ouvirem o soar do
silêncio
sem mais vida ou alegria
Nesse, cá do mundo,
O seu nome silencie.
Encerrando por vez,
no canto do além
as suas existências.
Libertos para renascer.

Elaine
Direitos Autorais Reservados®

quarta-feira, 1 de abril de 2015

As cobras e lagartos de meu jardim

Semanas atrás um amigo muito querido me emprestou para que assistisse a novela – compilada - Vale Tudo (aquela que parou o Brasil – para descobrir quem matou a Odete Roittman) novela global de uma época em que havia um certo respeito pelo espectador e sua imaginação. Anos 80\90. E para minha surpresa, assistindo na sequencia os capítulos eu percebi um ótimo texto, um português corretíssimo, atuações impagáveis, diálogos inesquecíveis e também uma certa canastrice, além da repetição de móveis em inúmeros cenários...
Mas o mais bacana disso é que esta novela se tornou um objeto histórico. Um objeto onde colocamos nossa atenção como espectadores mais críticos, como quem vive observando para aprender um pouco mais, de um passado não tão remoto mas que fornece material de análise humana. E como uma espécie de espelho para o futuro onde o VALE Tudo se instalou. Hoje em dia não me sinto capaz para assistir novelas. Prefiro esporadicamente as minisséries (se indicadas), porém essas novelas antes de 2000 tinham um contexto mais próximo da realidade que se constituía em parceria com a imaginação do espectador, atualmente talvez, o discurso venha pronto, tão pasteurizado que ao invés de discutir a perda do Estado Laico, as pessoas se preocupam sobre o beijo das duas senhorinhas, dada a superficialidade na condução massiva dos menos críticos.
Mas voltando à observação do objeto de estudo, podemos fazer correlações sobre a forma de nos portarmos no mundo: muitos dos personagens dessa trama aparentemente seguiam a cartilha do demônio, outros da parte angelical – em ambos os lados: suportando problemas, administrando crises e mantendo-se fiéis aos seus valores.
Como núcleos estanques. Porém com o passar do tempo algumas atitudes, ações de cada personagem foram tornando possível o movimento. Um fazia o outro desfazia. Um falava o outro silenciava, um batia e o outro apanhava como uma bela dança entre os pares de opostos, com suas luzes e sombras. Quem não torceu pelos tapas na Maria de Fátima, ou quem não aplaudiu a caída da D. Odete?  E não torceu pelo amor vencer em muitos dos casais que ali se configuraram.
Como também se emocionaram com a tomada de consciência à cada sombra absorvida pela luz do núcleo do bem, quando a vilã derrotada, chorava e se colocava humanizada perante o mundo de olhos televisivos.  Porém, em muitos momentos o tal bem e mal precisaram sim, usar certas armas ora de um lado ou ora do outro para manterem-se no movimento da vida. Ter maleabilidade, flexibilidade. A trajetória dos heróis e heroínas e os passos deles pelo mundo.
Sinto que assim, também, tem sido a vida, certas ações e atitudes de expurgo pelo mundo só demonstram o quanto ainda nos falta consciência para viver e conviver com o diferente e assimilar a sua existência, veja não estou pedido a aceitação disso, mas a assimilação de que tudo é uma grande rede interligada. Agora uma coisa eu tenho certeza, quanto mais eu expurgo esse diferente, mais meu mundo se torna opaco. Mais o meu mundo se torna morno e monótono e mais a enantiodromia me fará dar voltas e voltas, mantendo o eixo do mundo particular – infinito apenas em mim, sem renovações. Mas tudo no tempo da prontidão para os dispostos a encarar a VIDA, com o eterno mudar e a paciência longínqua para os que se adaptam ao mundo tal qual está. Pelas reflexões Alex Olobardi, muito agradecida!!
 
Elaine, no planeta Terra - doida para saltar fora!

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Ando com saudades da escrita

Muito tempo sem escrever, muitas coisas para pensar, muitos mimos a saborear!
Ano novo, vida nova, mundo cão e caótico!
 
2014 começa trazendo uma aura de descarga, lixo saindo, porcarias entrando, m eterno aperto de botão, sai de um lado e cai pelo outro, feito jogo de Candy Crush ou um desses realitys horrorosos da tv.
Mas independente disso, busco ser otimista, será um ano de desafios, muitos feriados, poucas intenções e dai que o povo se engana, aproveite o período para usar como oportunidade! O mundo precisa de trabalho, amor e perseverança. Mas tá duro de encontrar, então cada um de nós deve fazer sua parte.
 
Rever sonhos, montar estratégias, calcular metas, proposições para 2014... estou no momento reflexão, muita coisa nova aparecendo, olhar o futuro com os pés neste presente.
 
Amores, separações, mudanças tecnológicas, atos de generosidade, egoísmo, empatia, vodu, cerveja gelada, chá com torradas, miniaturas, arte grega e oriental, cobertura de caramelo, carros antigos, bilheterias, temas, rosas, bons vinhos... muita coisa - jogar fora o que não serve e desocupar o espaço para uma mente sadia, isso ajuda a desmontar a matrix...
 
Não se engane discutindo temas que a própria máquina produz, desocupe-se!!
 
 
De algum lugar na terra pro mundo, Elaine

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Ossos da memória

é questão de tempo, depois questão de lapso e depois questão de medicação. Memória e registros!
O esquecimento e o desaparecimento são fatos... os ossos de nossas memórias, talvez só sejam salvos, porque o Criador sabe, quem somos e, apenas ELE. Essa estrutura fica e os detalhes se esvaem de acordo com o dia, o clima as situações. Memórias e conexões de um tempo ainda não vivido, um tema bem complexo para reflexão, recomendo o filme:

 
A viagem


Voluntariado

voluntário:adj voluntário, voluntária:
que se faz de livre vontade


Essa rosácea é o meu símbolo de boa vontade, cresce redonda, circula em camadas, é tenra, tem propriedades próprias, suas pétalas são muitas e possuem organização, possui um centro e se expande à partir dele, parece uma mandala! Tem beleza e sempre me parece próspera. Onde nasce fica tudo mais interessante.
Se tivesse bracinhos ao invés das pétalas seria muito útil, mas só de olhar para ela sinto em minha mente uma coordenação da mente e do espírito. Assim como a idéia de voluntariar, todas as qualidades numa boa ação! Atitudes que transformam, assim como quem entra em contato com as Mandalas!

Elaine

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Da varinha às palavras

Da varinha as palavras…
De crianca me detinha muito tempo com areia, quando ia a praia. Adorava escrever palavras e desenhar na orla do mar com uma varinha e esperar que o mar levasse a cada uma delas para viajar.
Aquí, hoje não tenho mar, nem areia! Substituo a necessidade das palavras na areia pelo incessante movimento de digitar, escrevendo pensamentos, sentimentos e quem sabe algumas reflexões. Gosto de contar ao papel o que tenho visto, enxergado. Aqui na tela, no computador, sinto que escrever me une à todos os lugares do mundo, como o mar, a areia e o vento.
Ao mar que levou minha palavras, sinto que me as tem devolvido através da chuva. Sensata a natureza, assim como a vida, devolve o que lhe ofertamos.
Há muitas letras aquí, muitas imagens também…mas as palavras essas que saem por meus dedos, são oferendas de criança ao mundo que nos cerca.
De algum lugar no mundo, para mim mesma, para relembrar da beleza infantil que carregamos em nós!
Elaine
 

Sobre a pressão de Ser ou Estar...

Ouvindo Billy, sempre, Holliday !

E nessas horas em que as crises de abstinência psico intelectuais, emo, racionais, batem, ela me serena... não sei bem o que é...mas enfim, vamos caminhando e bem.

Existe um período de maturação para certas coisas, como a peneira no bocal do cano de um grande rio.... represa, represa, represa, uma hora desentala e sai de uma vez e pronto! Redondo, justo e sem cobranças.

Uma unidade completa de "vir à Luz".

Dar-nos esse direito é algo que busco. Há um local entre a pausa e o movimento (em tudo), onde nossa essência se acolhe às vezes. Ela precisa disso pra crescer eu acho. E nela que estou agora, mesmo porque o Saturnão sentou no meu signo até agosto, me deixando maluca...rs inquieta, introspecta e cheia de coisas novas, ai - apaciento.... Não tem jeito, se for fazer qualquer coisa, vou fazer merda e da grande. Então acalmo e vou construindo retalhos, uma hora a colcha fica pronta. A analogia pra minha vida é perfeita, uma hora cato os retalhos de tudo e junto, vai sair um negócio muito legal!

Não estou dizendo que isso é regra, mas acho que do íntimo feminino - tô começando a entender um pouco.

Curto esse momento, daqui à pouco a coisa desvela. E sem aquele medo ai - se não fizer agora perco o ritmo - a oportunidade enfim, tremenda bobagem... quando a gente quer a gente carrega um caminhão!

Como diz minha grande amiga Adélia, a gente tem que ter projetos na manga (vários), então planejar sem planejar, criar, criando e viver, vivendo, sem tirar nem por.
 
Este texto é, acreditem de 2007, porém está migrando de outro blog para este e o curioso, é que o estado embora num outro momento é muito parecido com este de 2007. Somos ciclos...

Humores e seus ventos

Humores e seus ventos
Ando me sentindo vazia - será a mudança da idade? nada depressiva, um quê de melancólica, me ocupando e me centrando, mas refletindo minuciosamente. Me refletindo

Às vezes me sinto uma personagem que caiu da história enquanto eu dormia. Acho que é saudade! Saudade de ter feito, saudade de um tempo, uma gama de coisas boas, ou mesmo tomar um chá com pão de ló.Saudades até de Clarice Lispector.

Acho que é apenas e tão somente a saudável vontade de viver que mais uma vez bate à minha porta de dentro pra fora.... Essa vontade de se sentir VIVA!


Sabe aquela história: "nunca te vi, sempre te amei", não tenho mais avós à muito tempo, rememorar as mesas com a família reunida e as ofertas saborosas fizeram de minha manhã algo especial, na verdade a minha avó cozinhava medianamente, mas fazia bolinho de chuva como ela só (motivo inclusive de nos reunirmos ao redor da mesa....rs) mas a tia avó - chamada Angelina - essa era a rainha dos doces. Com ela eu comia até doce de sidra. Cada vez que ia até a casa dela era um espanto - os doces nos faziam pairar na porta da cozinha, onde ela servia em uns pratinhos leitosos verde clarinhos e na saída me dava uma rosa colhida do jardim cultivado, cortava uma, com a tesoura de abrir saco de farinha: "uma rosa para uma flor" me dizia e eu tinha lá meus 12, 13 anos. Depois ela partiu.

Acho que isso tipo de imagem no imaginário infantil/crescido faz falta, mas é necessário sim que a gente tome consciência que isso não é tão comum nos dias de hoje, tudo muda. Mas mesmo assim sempre tem alguém que nos faz buscar essa memória meio olfativa, meio criança.

Algumas mulheres me fazem reconhecer essa intensidade, de que sou feita.
De que sou feita?
Sou feita?



Elaine - Maio 2007
Texto que foi escrito em outro espaço e hoje migrado para este Blog.

 

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Fiando o tempo

 
 
Existe uma fiandeira no mundo, que fica sentada em sua cadeira de balanço, seus cabelos voam na brisa leve, seu olhar é úmido e alcança o horizonte que ainda não vemos e seus pés se apoiam numa enorme bola de fios de algodão puro, quanto mais tece, maior vai ficando o novelo. Ela se esgueira entre os pontos e vai somando aos nossos sonhos todas as inspirações, ela é velha, quase bela, vez por outra para o que faz, apoia seu trabalho no novelo, levanta e espreguiça-se, olha para o céu com suas estrelas, para o mar com suas estrelas e sorri pelo céu de sua boca de onde pérolas vão escorrendo delicadamente e se juntando no inconsciente dos artistas, a essa junção eu chamo de poesia, a essa junção eu chamo de entusiasmo, pois é cheio e plenificado da força dos Deuses e ela retomando as agulhas tece nossos sonhos ainda não sonhados, as nossas esperanças que ainda não sabemos ter, ela rege um movimento. Um movimento secular, antigo e longínquo, nos emociona e cuida para que a arte não sucumba às dores do mundo. Vez por outra alguém se apropria disso e dança, faz sons, elege personagens, canta em frente o espelho e ela tecendo, sorri novamente, cumpre a sua missão.
 
 
Todo carinho pelas elegancias do mundo, Elaine Bombicini

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Encontros solicitados, mudam as possibilidades



Um pote de luz, amor e benevolente alegria!
Os encontros, são e sempre serão uma roda, um círculo, um contexto de movimento.
As pausas sempre oportunas para aprendizado.



No respirar uma união do céu que nos protege e da terra que quer e precisa de nossas pisadas, suas cicatrizes. Ar puro e uma certa inocência no olhar abrem as portas do ilimitado.

Natureza e humanidade andam juntas porque são complementares. Fazer os amigos e mantê-los é uma correlação do Céu aqui na Terra, é simbôlico!

Girar essa roda movimentada, abrir espaço para aprender, rir, amar e cuidar.

É fazer alma, é contribuir com nutrição para o mundo!!

Impregnados de fé porque a alma mexeu é estar no mundo feliz.

Dias de alegria, dias de tristeza, mas sempre Felizes!


De Miriporã, para o mundo, mas em especial para os amigos da alma, Elaine




sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Delicadezas do olhar estrangeiro

Mais um dia de caminhadas e um céu de luz e amor por sobre nossas cabeças, definitivamente uma benção essa luz ao final do dia no passeio ao Cemitério Recoleta em Buenos Aires.

Já estive ali um par de vezes e nem iria hoje, minha meta era o Museo de la Língua Española, o único em las Américas, como o nosso da Língua Portuguesa em São Paulo, mas no meio do caminho o Centro Cultural Recoleta, finalmente aberto me fez rever o roteiro. Nesse espaço uma super exposição de fotografias acontecia, não resisti, mais de 8 salas com uma super mostra inclusive com um artista brasileiro, mas sobre isso decorro em outro post, hoje quero falar do cemitério.

Sempre lembro do filme: "Meia noite no jardim do bem e do mal" e de uma personagem fantástica (tipo bruxa ou feiticeira) que comenta: - "Para se entender os vivos, há de se comungar com os mortos!" e foi exatamente o que a mudança de roteiro me fez fazer.
Fui comungar com os mortos argentinos, que NEM conheço, mas as experiências nesse campo sempre são fabulosas, todas as vezes que passo por ele, minha vida fica mais interessante, minha emoção aflora e o que vejo ali movimenta minha alma, nutre meu coração e eu fico muito melhor como pessoa. Fora as experiências no campo da metafísica (paranormalidade) é muito legal!

Em cada cantinho, novas e surpreendentes surpresas, há arte, há sensibilidade, existe uma aura de respeito ou pelo menos assim vejo, há mistério, há diferentes religiões ali, mas tudo dentro de uma composição que abrange o invisível! muitos dos túmulos estão perfeitamente conservados, assim como muitas das obras de arte ali existentes, outros nem tanto, alguns antigos caindo aos pedaços, mas revestidos de profunda religiosidade, que a meu ver é o que se espera de um lugar assim. Eu comungo mesmo, quase mastigo o ar ali existente e da próxima vez quero levar flores para algum túmulo abandonado, para saudar alguém esquecido ou que a família já tenha sido descontinuada. Os esquecidos do mundo. E lá venho eu novamente com os tais dos registros, ando obsecada por este tema. Que atualmente faz parte do momento do mundo, fechando ciclos (futebol, política, humanóides...o Kilt, gente o KILT fechou... o templo da luxúria de SP fechou suas portas...enfim, fim dos tempos) e ai que no final da curva subimos de degrau. Comungar com esses ossos me faz me sentir em casa, por favor, não vejam nisso algo doentio ou maníaco, mas como uma postura perante a não morte, porque ela não existe. Ali nos ossinhos há o registro dessas existencias pela Terra e que voltaram à terra para refundamentá-la.  Se há algo que me incomoda? Claro que sim, a voz dos brasileiros e suas risadas altas! Exato, ouvi e presenciei isso várias vezes, o tal desrespeito, um dos momentos foi quando um dos moços de um grupo de 6, saiu reclamando que o túmulo "da Diva" (Evita Perón) deveria ter plumas e paetés, que era muito chinfrim e que tinha perdido seu tempo vindo ali e foi contestado pelo grupo com altas risadas. Quando me perguntaram sobre a saída pensei em mandá-los para o inferno, mas rapidamente levei-os até o corredor para que deixassem o ambiente mais tranquilo, como todos os mortos ali precisam. Mas não sem antes jogar a praga do Camelo neles...rsrs

Por isso penso em levar flores, é a forma de brindar com essas existências já que não bebem mais vinho!!Honrar à quem merece descanso. Acho que gostaria que fizessem isso por mim!




Neste túmulo por exemplo, temos os caixões (dentro deles há outra caixa forte mesmo que se decomponha o material permanece intacto, até anos atrás as caixas internas eram feitas de chumbo. Acima entre as fotos há uma do cão da família! não sei se está enterrado ai, mas me pareceu muito respeitoso. Neste outro já vemos as caixas menores todas com cinzas ou resíduos dos falecidos, protegidas por uma imagem de Cristo e de Mãe Maria, achei o máximo. estes que fotografei são revestidos de vidro, por isso pude fotografá-los. Mas a grande maioria são mausoléus em diferentes tamanhos e tipos de contrução. São belos!



Talvez o meu olhar estrangeiro veja isso de forma diferente, mas me parece que olhando por esse angulo, tudo está em seu devido lugar! Não é para ficar mais sereno com isso??


Enfim esse espaço realmente possui belezas, fiquei ali por quse 3 horas e à luz da tarde tudo ficou ainda mais bonito. Na foto abaixo vemos a torre da Capila De Nuestra Sra Del Pilar:  


De Buenos Aires para o mundo, Elaine