quarta-feira, 2 de novembro de 2011

glaciares e o templo do tempo.


Somos brindados por surpresas em cada passo de nossa vida, em alguns deles tropeçamos, em outros corremos e em outros simplesmente estacionamos. E nessa pausa um refrigério para os sentidos oferece, generosa, a oportunidade de nos transformar.

O silêncio desse momento de observação atinge algo divino em nós. Esse silêncio que te permite ir além, te permite comungar com camadas pessoais, como num templo, esse silêncio ecoa, gostoso, profundo, substancialmente essencial. Assim como os glaciares, onde em camadas centenárias nos trazem ao longo de  mais de 400km de gelo caminhante, onde mora  a beleza essencial das neves congeladas, aquele algo que foi congelado lá atrás, num tempo desse templo terrestre que habitamos, em que nem ainda existíamos.

Tanto dentro quanto fora, a natureza sábia, informa com perspicaz alumbramento que somos perfeitos, somos divinos, somos símbolo e matéria. Estar nesse encontro de águas, terra e gelo e comungar desse tempo que ficou retido na molécula de água gelada por tantos e tantos e tantos anos até chegar a nós e poder observar isso é receber um impacto na alma sem precedentes.
Você ali está caminhando em águas geladas à muitos anos. E camadas geladas... É de uma beleza!!
Uma beleza não catalogada, não superficial, não célebre. É a beleza de um encontro de almas ...a minha e a do Gelo! Esse senhor antigo à quem rendo homenagem, que me deu uma das maiores e mais vibrantes experiências de vida.

Caminhar entre os azuis profundos das águas e a neve branca e gelada, sentir o vento seco, o sol úmido, os aromas do frio, suas matizes luminosas, empolga, reanima, revigora. Um lugar no fim do mundo, um templo ao ar livre para mentes sem fronteiras. Quem é uno, é Uno em qualquer lugar. Um brinde à isso.
Felizes os novos tempos em nossos templos!
Mente voe!






da Patagônia Argentina, depois de muito caminhar, Elaine

6 comentários:

Adélia Nicolete disse...

É isso, Lan. Voce definiu muito bem: um templo.
Onde se pode respirar, concentrar, contemplar, silenciar, religar-se com todos os tempos.
Lindas palavras, lindas fotos.
Beijos, querida.

VILMA ORZARI PIVA disse...

Elaine, querida, encontrar-se com silencio admirando os profundos azuis da Patagonia argentina é encontrar-se mais pertinho de Deus e sentir de verdade toda a gandiosidade que nos rodeia. Seu lindo texto me transmite a delicia e a reverência desse momento!! Parabéns!! Beijos, Vilma

dalila teles veras disse...

Olá, Elaine,
Desinformada eletrônica que sou, pergunto-me como é que não havia me ligado antes neste seu adorável blog. Este post sobre a Patagônia é primoroso (texto e fotos, bem casados). Eu, viajante sempre aprendiz (há sempre tanto por conhecer... e tão pouca vida para tanto) anotei no meu caderninho de "viagens a programar". Passarei por aqui sempre que puder.
dalila

Elaine P Bombicini disse...

Adélia, esse transportar de alma, foi muito mágico! e trazer isso dentro da gente foi o melhor!!
Que venham viagens em todas as suas possibilidades!!
beijo grande e carinho, Lan

Elaine P Bombicini disse...

Vilma, com mãos em prece te agradeço, essa conexão com o Todo ali, foi impressionante!!! Um beijo querida amiga, nos falamos!!

Elaine P Bombicini disse...

oi Dalila,
que delícia te encontrar por aqui! essas nossas trocas são preciosíssimas!! Agende sim, vá visitar esse pedaço de fim de mundo maravilhoso! E obrigado por sua passagem e delicada apreciação, sigamos, agora contatadas!
abraços e beijos, Elaine