quarta-feira, 15 de abril de 2015

:: Não morre ::




Não morre

Agora não olho mais pela grade de alumínio do portão...
A espera pelas horas encurtarem
Não há mais, a necessária força para mover
O corpo, a mente, a vaidade
Não morre tão fácil um amor
Não te chegaras a mim com o sorriso exposto
Nem com o cabelo molhado e oloroso.
Sentirei a falta do tato, do gosto, da pele tépida
Do cheiro de mar que invadia o suor de nossos dias
Não mais mensagens ocultas nas fronhas
Que alegravam o amanhecer, pois amanhecíamos cedo
para no prolongar das horas despertarmos
dos estados de ausência que nos permitíamos
não morre tão fácil um amor
não esse amor desfrutado e vivo
desses que pra sentir outra vez
é necessário complemento
porque amar assim é genuíno
é posto em chamas
banhado nas águas
respirado na ventania
enterrado na raiz mais profunda
não morre tão fácil um amor
morre a matéria, morre a oportunidade
morre o raro prazer que sangra
mas esse amor que não morre
dilata a alma porque precisa de mais espaço
porque precisa de referência ativa, viva e em movimento
porque amar o amor é como respirar fundo
é sentir a eloqüência do que não foi proferido.


Em especial para quem, foi do mar, meu maior tradutor!
Elaine
 
Direitos Autorais Reservados®

3 comentários:

Adélia Nicolete disse...

Esse poema consegue nos deixar com saudade de um amor que nem sequer vivemos... Obrigada.

Elaine P Bombicini disse...

Ádélia, foi essa a idéia. Mesmo o poema tendo um dono. Ele não pode recebe-lo. Coisas da vida! obrigado por passar e pela percepção tão sutil. beijos

Rodrigo disse...

Uau!
Mais mar nas sincronicidades!