terça-feira, 14 de abril de 2015

:: O canto, do além ::




 O canto, do Além

Triste sina é o começo do fim
na frisa entre mundos
canto espaçado em névoa
eles, encravados, não prisioneiros
passageiros à espera
de talvez, pela última vez que
a chama da vela seja acesa
à janela dos dias e
que não mais em vão,
vibrados – sejam seus nomes.
Como único elo de ligação,
o término, o fim, a impermanência
enquanto gritamos suas letras
em um silencio gutural
feito amor na vida, em despedida,
nesse paralelo mundo,
pelo distanciar da alma
eles ali se tornam presentes.
Até que um dia, ao ouvirem o soar do
silêncio
sem mais vida ou alegria
Nesse, cá do mundo,
O seu nome silencie.
Encerrando por vez,
no canto do além
as suas existências.
Libertos para renascer.

Elaine
Direitos Autorais Reservados®

2 comentários:

Adélia Nicolete disse...

Gostei desse particularmente. Sutileza e delicadeza pra com um tema igualmente delicado. É como um respirar e um inspirar últimos... Um beijo, querida e obrigada por essas paradas pra poesia!

Elaine P Bombicini disse...

Querida! Esse poema surgiu depois de um sonho com a morte, onde ela comentava que uma hora deixamos de existir. Seremos apenas memórias! Achei forte - persuasivo. Levemente perigoso, pois tirou-me qualquer medo. Obrigado por apreciar. Um beijão